quarta-feira, 26 de junho de 2013

A Loja Branca (ou Negra?) de Kwen Khan

“En este camino tu ya sabes que muchas veces lo que parece  blanco es gris y lo que parece negro  no lo es realmente es” Kwen Khan

A maneira mais eficiente de se desmascarar um sabichão, convencido ou charlatão é arrastá-lo para fora de seu habitat natural. Dentro de seu ambiente, ele raciocina em circuito fechado e domina todo elemento ali presente, sendo fácil fazer com eles um remanejamento para se defender de uma eventual objeção. O truque dissimulado pode ser o maior dos absurdos, mas como o ambiente onde ele existe e é discutido também é absurdo, nenhum contraste é identificado. O truque termina, desta forma, aceito.

Um verdadeiro sábio não age assim. Este é como uma pessoa que subiu no alto de uma montanha. Lá de cima ele pode avistar outras paragens e saber que existem muito mais coisas além do que suspeita seu mero provincianismo. Ele é capaz de dialogar com outras opiniões e ideologias sem a pressa de compará-las com as suas, para então rebaixá-las. Não pressupõe estar certo, mas quando compreende intrinsicamente os argumentos contrários, e atestando sua invalidez, defende sua posição com vigor e coragem. Agora, se é sua posição que está viciada, ele se corrige, absorvendo em sua alma as novas lições. Primeiro conhece, logo atua. Desta forma sua consciência cresce, se expande, absorvendo esta parcela – sempre modesta, mas muito justa e merecida – da infinidade de premissas e verdades que lhe é permitido conhecer.

Um charlatão é um opinador obsessivo e um juiz compulsivo. Tem sempre algo a dizer, numa tentativa inconsciente de que o palavrório e o burburinho escondam sua ignorância. Desconhece que não sabe aquilo que diz que sabe. E por desconhecê-lo, nunca chegará a saber aquilo que pode saber. O peixe morre pela boca. Pergunte-lhe uma coisa que não sabe e verás sua melíflua eloquência e arrematada soberba o trair:


Foi o maniqueísmo uma verdadeira escola gnóstica? Seu fundador, Mani, se auto-realizou ou não? 

Patina daqui, escorrega dali até tomar o tombo vergonhoso:

Muito interessante a pergunta. Sim! Mani foi um Iniciado naquele tempo, foi um grande Iniciado. E justamente, o Zoroastrismo tomou muito do maniqueísmo, de Mani. Naquele tempo, Mani foi um grande Iniciado, um Mestre, mas logo perdeu a Maestria. Não sabemos onde está, mas naquele tempo foi um grande Iniciado.


Ai que burro, dá zero pra ele! Como pode o Maniqueísmo influenciar o Zoroastrismo se este foi anterior a aquele em consideráveis 800 anos!!

E o pior, como pode Kwen Khan elevar às alturas do sagrado a Mani e seu maniqueísmo, depois que Santo Agostinho dedicou décadas de sua vida para acabar com as influências nefastas desta seita e de seu fundador, chegando a tratar a estes como “laços do diabo”.

Fica a pergunta: se Santo Agostinho - um patriarca gnóstico segundo a Doutrina, não esqueçamos  – nunca tratou Mani como mestre, e sim como herege; e se, mesmo assim, Kwen Khan se refere a ele como membro da Loja Branca; será se Kwen Khan anda frequentando a mesma Loja Branca que Agostinho?

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Agostinho Vs. Maniqueísmo1

Mas não conheceram o "caminho", o vosso Verbo (...). Não conheceram este caminho e julgam-se tão altos e tão cintilantes como as estrelas! Mas eis que ruíram em terra e o seu coração insensato entenebreceu-se. Dizem muitas verdades acerca das criaturas e não buscam piedosamente a Verdade, o Artífice da criação. Por conseguinte, não O encontram; ou, se O encontram, conhecendo a Deus, não O honram como a Deus, nem lhe dão graças. Desvanecem-se em seus pensamentos, dizem-se sábios e atribuem a si próprios o que é vosso. Por isso desejam, com tão perversa cegueira, atribuir-Vos também as suas falsidades, isto é, imputar-vos as suas mentiras, a Vós, que sois a Verdade, e mudar a "glória dum Deus incorrupto na imagem e semelhança do homem corruptível, na das aves, quadrúpedes e serpentes". Convertem a vossa verdade em mentira, veneram e servem antes "à criatura do que ao Criador". 
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Caí assim nas mãos de homens orgulhosamente extravagantes, demasiado carnais e loquazes. Havia na sua boca laços do demônio e um engodo, preparado com a mistura de sílabas do vosso nome, do de Nosso Senhor Jesus Cristo e do Paráclito consolador, o Espírito Santo. Jamais esses nomes se lhes retiravam dos lábios, mas eram apenas sons e estrépito da língua. O seu coração estava vazio de sinceridade. Diziam: "Verdade e mais verdade!" Incessantemente me falavam dela, mas não existia neles! 
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Mas — ai! ai de mim! — acreditei nos erros dos maniqueístas. Por que passos ia descendo até ao profundo do inferno, trabalhando e consumindo-me com a falta da verdade, quando eu Vos procurava!
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Contra os Maniqueístas. Desapareçam, ó meu Deus, da vossa face, como vãos faladores e sedutores do espírito, os que, ao observarem a deliberação das duas vontades, afirmam que temos duas almas de naturezas diferentes: uma boa e outra má. Ora, esses tais são realmente maus, ao seguirem essa má doutrina. Só serão bons quando sentirem a verdade e concordarem com os homens de verdade, para que o vosso Apóstolo lhes possa também dizer: "Outrora fostes trevas, mas agora sois luz no Senhor". Porém, enquanto quiserem ser luz em si mesmos e não no Senhor, julgando que a natureza da alma é a mesma que a de Deus, vão se fazendo trevas cada vez mais densas. Com efeito, na sua repugnante arrogância, afastaram-se para mais longe de Vós, verdadeira luz que ilumina todo homem que vem a este mundo. Refleti no que afirmais e corai de vergonha. Aproximai-vos d'Ele para serdes iluminados e os vossos rostos não serão cobertos de confusão.
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Kwen Khan Vs Maniqueísmo2

El Maniqueísmo, efectivamente, fue y ha sido una parte del Gnosticismo desde tiempos remotos. Empero no solo el Maniqueísmo habló de la dualidad divina, es decir, un Dios benévolo y otro malévolo. Obviamente todo esto ha de ser bien interpretado. Los gnósticos llamamos «Dios benévolo» al Agnosthos Theos, el Dios sin forma, ajeno a esta Creación en la que estamos todos sumidos; y hemos llamado simbólicamente «Dios malvado» a aquella fuerza o conjunto de fuerzas que hemos de franquear a fin de no estar sometidos a los caprichos de las mismas.
Hay en total cuarenta y ocho Leyes que hemos de superar para escapar de la Creación y establecernos en el Pleroma de nuevo. Con las palabras del Dr. Samael hacemos más entendibles nuestras frases; veamos:

Agostinho Vs Mani1

O Sábio Ignorante. Mas quem pedia a esse Mani que escrevesse sobre estes assuntos, de cujo conhecimento se pode prescindir na aprendizagem da piedade? Vós dissestes ao homem:   "A piedade é sabedoria". Podia Manes ignorar a piedade, ainda que fosse profundamente instruído nestas questões. Mas, já que desavergonhadamente ousou ensiná-las sem as conhecer, de modo algum poderia alcançar a piedade. É vaidade mundana pavonear-nos com esses conhecimentos, porém é sinal de piedade o confessar-Vos. Afastando-se desta regra, falou Manes tanto sobre isto que os verdadeiramente sábios se convenceram da sua ignorância. Donde claramente se pode deduzir qual fosse a sua competência em matérias mais obscuras. Não queria ser estimado mediocremente. Por isso tentou provar que o Espírito que consola e enriquece os vossos fiéis habitava pessoalmente dentro dele, com toda a plenitude do seu poder.
Foi surpreendido a falar erroneamente sobre o céu, os astros e os movimentos do Sol e da Lua. E, ainda que estes erros se não relacionem com assuntos religiosos, contudo obviamente transparece ser sacrílega a sua ousadia, porque não só ensinava o que lhe era desconhecido, mas também proferia mentiras, com tão insensato orgulho, que não hesitava em atribuí-las a uma pessoa Divina. 
Quando ouço que algum dos meus irmãos em Cristo ignora estes problemas e confunde umas coisas com outras, sofro com paciência a sua opinião. Com respeito a Manes, quem não julgaria digna de ser detestada com horror a sua rematada loucura, se fosse convencido da sua falsidade aquele que teve a ousadia de fazer-se doutor, mestre, guia e chefe dos convertidos a essas doutrinas, a ponto de eles se persuadirem de que não seguiam a qualquer homem, mas ao Espírito Santo?
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Kwen Khan Vs Mani2

No solo Valentín, sino muchos otros como Basílides, Pacomio, Epifanio, San Agustín, Maní —el fundador del Maniqueísmo—, Platón... fueron junto a Carpócrates asiduos bebedores de la fuente de la Gnosis.



1 - Trechos do Livro "As confissões", de Santo Agostinho
2 - http://www.ageac.org/es/ageac/la-gnosis-opina/breve-analisis-de-las-corrientes-gnosticas